terça-feira, 16 de novembro de 2010

A vida é rápida! Aproveite-a!

Olá pessoal,

Tudo certo? Na sexta-feira (12/11), no curso do Projeto Geração Aprendiz, "conheci" uma crônica super legal sobre a brevidade da vida. A vida é tão RÁPIDA, que precisamos aproveitar a cada momento, cada sorriso, cada oportunidade. Cultivar amigos verdadeiros e compartilhar com eles as experiências que formam a vida são as melhores coisas do mundo. Sucesso é ser feliz, é estar em paz. Sucesso é acordar e pular da cama animado para fazer o que faz todos os dias. É amar o que faz e fazer da melhor maneira. Ser feliz é viver bem e lidar com as dificuldades vida.

Que não deixemos a vida passar tão RÁPIDO sem vivermos bem tudo. Que aproveitemos a cada momento, sempre olhando pra frente. O que passou já foi. Agora podemos o que quisermos daqui pra frente. Como meu caro amigo Charles Chaplin disse: "A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos".

Segue uma crônica de Luís Fernando Veríssimo chamada RÁPIDO, divirtam-se com este mestre do humor e da crítica.


Rápido

Acho que era o Marcel Marceau que tinha uma pantomima em que ele representava a vida de um homem, do berço ao túmulo, em menos de um minuto. Shakespeare, claro, tem seu famoso solilóquio sobre as idades do homem que também é uma maravilha de sintetização poética. Nossas vidas, afinal, comparadas com a idade do Universo, se desenrolam em poucos segundos. Cabem numa página de diálogo.

— Quer dançar?
— Obrigada.
— Você vem aqui sempre?
— Venho.
— Vamos namorar firme?
— Bom… Você tem que falar com o papai…
— Já falei com seu pai. Agora é só marcar a data.
— 26 de julho?
— Certo.
— Não esqueça as alianças…
— Você me ama?
— Amo.
— Mesmo?
— Sim.
— Sim.
— Parece mentira. Estamos casados. Tudo está acontecendo tão rápido…
— Sabe o que foi que disse o noivo nervoso na noite de núpcias?
— O quê?
— Enfim, S.O.S.
— Você estava nervoso?
— Não. Foi bom?
— Mmmm. Sabe de uma coisa?
— O quê?
— Eu estou grávida.
— É um menino!
— A sua cara…
— Aonde é que você vai?
— Ele está chorando.
— Deixa… Vem cá.
— Meu bem…
— Hmm?
— Estou grávida de novo.
— É menina!
— O que é que você tem?
— Por quê?
— Parece distante, frio…
— Problemas no trabalho.
— Você tem outra!
— Que bobagem.
— É mesmo… Você me perdoa?
— Vem cá.
— Aqui não. Olha as crianças…
— O Júnior saiu com o carro. Ia pegar uma garota.
— Você já falou com ele sobre…
— Já. Ele sabe exatamente o que fazer.
— O quê? Você deu instruções?
— Na verdade ele já sabia melhor do que eu. Essa geração já nasce sabendo. Só precisei mostrar como se usa o macaco.
— O quê?!
— Ah, você quer dizer… Pensei que fosse o carro. E a Beti?
— Parece que é sério.
— Ela e o analista de sistemas?
— É. Aliás…
— Estão vivendo juntos. Eu sabia!
— Ela está indo para o hospital.
— Já?!
— São gêmeos!
— Sabe que você até que é uma avó bacana?
— Quem diria…
— Vem cá.
— Olha as crianças.
— Que crianças?
— Os gêmeos. A Beti deixou eles dormindo aqui.
— Ai.
— Que foi?
— Uma pontada no peito.
— Você tem que se cuidar. Está na idade perigosa.
— Já?!
— Sabe que a Beti está grávida de novo?
— Devem ser gêmeos outra vez. O cara trabalha com o sistema binário.
— Esse conjunto do Júnior precisa ensaiar aqui em casa? Que inferno.
— E o nome do conjunto? Terror e Êxtase.
— Vão acordar os gêmeos.
— Ai.
— Outra pontada?
— Deixa pra lá. Olha, essa música até que eu gosto. Não é rock-balada?
— Não. Eles estão afinando os instrumentos.
— Quer dançar?
— Não! Você sabe o que aconteceu da última vez.

Bibliografia: Crônica em Comédias Para Se Ler Na Escola, de Luis Fernando Veríssimo. Editora Objetivo.

Fontes:
http://sabordelivro.wordpress.com/2010/04/24/rapido-luiz-fernando-verissimo/