domingo, 25 de julho de 2010

"Somos inclassificáveis"

Olá galera,

Tudo bem???

Muitos de nós, estamos em período de férias escolares.... só descansando um pouco... um recesso, para voltarmos revigorados para o 2º semestre... Mas, já está acabando...

Gostaria de falar um pouco, hoje, sobre os questionários socioeconômicos que vemos, a maioria das vezes, nos vestibulares, ENEM e em outras provas... A maior parte deles vem com uma pergunta, mais ou menos, assim:

Qual é a sua cor? ou Qual é a nossa etnia? Ou mesmo, os mais atualizados, Como você se considera?... Em seguida vem as alternativas: branco(a), pardo(a), preto(a), amarelo(a), indígena.

Entretanto, como podemos nos classificar como brancos, pretos, amarelos, pardos ou indígenas, se "somos inclassificáveis"???

A população brasileira foi formada pela miscigenação de diversos povos, de diversas culturas... por isso a diversidade étnica é tão grande aqui...

Que possamos ver esta pergunta somente como ferramenta para determinar um parâmetro racial no Brasil... e quem sabe um dia ela sai destes questionários... É importante entender que não podemos assinalar só uma alternativa desta questão, pois nos enquadramos em todas... Se só podemos assinalar uma das alternativas estamos discriminando a nós mesmo e a nosso povo que é fruto da diversidade... E não podemos permitir que nossa sociedade seja baseada em preconceitos e discriminações raciais... somos todos Homo sapiens, somos todos humanos, "somos todos inclassificáveis"...

Nas aulas de Biologia, do bimestre passado, estudamos os 5 reinos dos seres vivos (plantae, monera, protista, fungi e animal), juntamente com a Professora Monaliza Magdalene,, onde discutimos este assunto... Não podemos classificar a população brasileira, pois houve uma mistura genética muito grande e não dá para determinar que pertencemos a somente um grupo étnico... Discutimos também sobre a música de Arnaldo Antunes, grande compositor brasileiro, que fala muito bem disso em sua música "Inclassificáveis"... Aproveito para agradecer a Professora Monaliza por tudo....

Agora confira abaixo a letra da música e um vídeo, produzido pelo Colégio Maria Imaculada (CMI-SP), que tem como intérprete da música Ney Matogrosso... É muito legal... Confiram e comentem...

Inclassificáveis

Composição: Arnaldo Antunes

que preto, que branco, que índio o quê?
que branco, que índio, que preto o quê?
que índio, que preto, que branco o quê?

que preto branco índio o quê?
branco índio preto o quê?
índio preto branco o quê?

aqui somos mestiços mulatos
cafuzos pardos mamelucos sararás
crilouros guaranisseis e judárabes

orientupis orientupis
ameriquítalos luso nipo caboclos
orientupis orientupis
iberibárbaros indo ciganagôs

somos o que somos
inclassificáveis

não tem um, tem dois,
não tem dois, tem três,
não tem lei, tem leis,
não tem vez, tem vezes,
não tem deus, tem deuses,

não há sol a sós

aqui somos mestiços mulatos
cafuzos pardos tapuias tupinamboclos
americarataís yorubárbaros.

somos o que somos
inclassificáveis

que preto, que branco, que índio o quê?
que branco, que índio, que preto o quê?
que índio, que preto, que branco o quê?

não tem um, tem dois,
não tem dois, tem três,
não tem lei, tem leis,
não tem vez, tem vezes,
não tem deus, tem deuses,
não tem cor, tem cores,

não há sol a sós





Obrigado pela atenção!!!

Voltem sempre...

Fui...

Fontes:
Vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=qS6IGs4eFEw&feature=related
Letra: http://letras.terra.com.br/arnaldo-antunes/91636/
Disponível na internet em 25 de julho de 2010.

sábado, 17 de julho de 2010

14 de Julho de 1789 - A Queda da Bastilha

Olá galera,

Tudo certinho???

Hoje, vou falar sobre o fato histórico do dia 14 de julho de 1789, data importantíssima para a história da humanidade e que é comemorada até hoje, principalmente na França... Você não sabia??? Então não vai mais esquecer... Foi neste dia que aconteceu a Queda da Bastilha, mas você ainda pode perguntar: o que foi a Queda da Bastilha??? Quem ou o que é a Bastilha??? Porque este fato foi importante para nós??? Espero esclarecer essas dúvidas...

A Queda da Bastilha foi o marco inicial da Revolução Francesa (1789), aconteceu em 14 de julho de 1789.

A Revolução Francesa foi um movimento popular importantíssimo para a história e desenvolvimento da humanidade, que revolucionou a política e questionou o sistema de governo da época (Absolutismo monárquico = o rei tem poder incondicional e governa sem o auxílio de ninguém). A revolução não entusiasmou só a França, mas também influenciou a evolução de diversos outros países, inclusive o Brasil.

Para compreender as causas desta revolução é necessário analisar o contexto histórico da França que era, mais ou menos, este:

  • País dividido em três estados: 1º estado (clero); 2º Estado (nobreza); e 3º Estado (burgueses, camponeses e demais)

  • Privilégios para o 1º e 2º estado:
    - o rei (Luís XVI) e o clero não pagavam imposto;
    - os burgueses, a nobreza e demais pagavam impostos e mantinham estes privilégios;
    - o rei estava gastando muito em construções bélicas. Exemplo: Palácio de Versalhes, Torre Eiffel e outros.

  • Condições precárias e falta de saneamento básico para o 3º estado.

  • Crise econômica Francesa.

  • E outros motivos...

A Revolução Francesa faz parte de um movimento revolucionário global, que se inicia com a divulgação de ideias iluministas e, principalmente, a Independência dos Estados Unidos da América, após este marco histórico iniciaram vários movimentos revolucionários populares. No Brasil, por exemplo, nesta época, se iniciou a Inconfidência Mineira, a Conjuração Baiana e outras manifestações populares.

A Queda da Bastilha


A Revolução Francesa teve seu início no dia 14 de julho de 1789, quando o povo saiu às ruas e invadiu a Bastilha.

A Bastilha era uma prisão construída em 1370. No século XVII, se tornou a prisão de nobres ou letrados, adversários políticos, dos opositores do governo ou mesmo da religião oficial (Igreja Católica). Mesmo abrigando 7 mil prisioneiros foi invadida pelo povo.

Este momento histórico foi muito importante, pois marca o início da participação do povo na revolução e o começo da tomada do poder pelos revolucionários. A invasão de Bastilha, que era símbolo de fortaleza e de poder do governo, significa derrubar o símbolo de poder e de imparcialidade do regime absolutista, tirar os presos oposicionistas do governo simboliza a libertação das ideias oposicionistas ao governo e a expansão do ideal da revolução.

Com isto, o rei Luís XVI se viu forçado a convocar uma Assembleia dos Estados Gerais, que reuniu representantes do Clero, da Nobreza e do Povo (burgueses e camponeses).

Então começou o grande evento revolucionário, que é lembrado até hoje, como marco das revoluções e reivindicações políticas, onde as pessoas entenderam a importância de criticar e lutar por mudanças políticas, visando à melhoria da vida da sociedade. Que aprendamos também com os revolucionários Franceses e não tenhamos medo de lutar por mais “Igualdade, Liberdade e Fraternidade" para nossa sociedade.

Legal, não é???

Espero que tenham gostado...

Até mais...
Fui...

Fontes:
http://www.ufrgs.br/alimentus/pao/curiosidades/bastilha.htm

http://historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=179

Imagens: http://sol.sapo.pt/photos/olindagil/images/444292/original.aspx
Disponível em 18/07/2010.

domingo, 11 de julho de 2010

Poesia - A arte de expressar os sentimentos

Olá pessoal,

Tudo certo? Espero que sim...

Hoje gostaria de falar um pouco sobre Poesia... Escrever poesia não é uma tarefa muito fácil, porque poesia é sentimento, não é "prosa em verso", ou seja, não são só frases organizadas em versos, mas é diferente de escrever um texto, um bilhete, uma carta... Eu gosto de escrever poesia, entretanto acho difícil...

Ler poesia também é super legal, mas não tente entender algumas poesias, pois muitas delas são para ser apreciadas, e não para ser compreendidas... Nós que vivemos em um mundo onde a razão é a base da maioria das coisas, fica um pouco difícil imaginar... sair um pouco de nossa realidade de vida e viajar pelos caminhos do imaginário... Ler poesia é apreciar a arte de expressar sentimentos usando as palavras...

"Escrever é uma arte"... Porém, vamos aperfeiçoando esta arte praticando e exercitando a escrita... e assim fazendo textos e poemas cada vez melhores.... A inspiração também ajuda na hora de escrever poesia, entretanto tem momentos que ela não vem...

Que você também possa arriscar e escrever o que sente, o que pensa, criar textos, criar novas maneiras de falar sobre algo comum...

Segue um poema que eu escrevi a caminho de Aparecida, neste final de semana (9,10,11/07/10), no ônibus... Usando o pseudônimo (nome fictício) de Joaquim Osório (a história do nome é um capítulo a parte que conto depois)... Escrevi e fui aperfeiçoando na viagem e ficou assim:


No ponto da inspiração

Passeia por este mundão
Viaja mais que avião
Pára quando quer
Volta se quiser.

É como um ônibus
Que você tem que esperar.
E vigiar, vigiar, vigiar,
Para não deixar passar.

É como uma visita
Que chega sem avisar.
E você vai acolher
Porque se ela se zangar,
Vai embora
E demora a voltar.

Ela é muito conhecida
Chamam-na de Inspiração.
Não sei bem o porquê,
Mas hoje ela invadiu meu coração.

Joaquim Osório




Espero que tenham gostado... Por favor, comentem... mandem sugestões... Divulguem o Saber...

Um grande abraço a todos...

Até mais...

Fui...

domingo, 4 de julho de 2010

Viver é não se acostumar com tudo


E aí galera!!!




Td bem?????




Hoje, gostaria de compartilhar um texto super legal da Marina Colasanti, que é bem famoso e super legal... Logo abaixo também tem um vídeo que traz a narração do texto...




O texto "Eu sei mais não devia" nos leva a refletir pelas tantas coisas com que nos acostumamos para vivermos sem maiores sofrimentos... Das tantas vezes que abaixamos a cabeça e deixamos de ser os "protagonistas" da nossa história! Das vezes que aceitamos tudo que nos é proposto e vamos vivendo... vivendo... vivendo... só aguardando o fim...




Que você seja o protagonista de sua vida!!! Lute por seus objetivos, defenda suas ideias se elas estiverem certas... pois, o mundo esta cheio de pessoas que vivem se acostumando com tudo... E você precisa ser diferente!!!


Eu sei, mas não devia






















Marina Colasanti






Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.

A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E, porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E, porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E, porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.

A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar o café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.

A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E, aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E, aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E, não acreditando nas negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração.

A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.

A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagar mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra.

A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes. A abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.

A gente se acostuma à poluição. Às salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta.

A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente molha só os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.

A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma.





Até mais pessoal!!!


Fui...


Fonte:

Texto: COLASANTI, Marina. Eu sei, mas não devia. RJ: Editora Rocco, 1996. Disponível em http://www.releituras.com/mcolasanti_eusei.asp