domingo, 3 de outubro de 2010

Capitães da Areia

Olá pessoal,

Tudo bem? Hoje, é dia de eleição, dia de irmos as urnas decidirmos nossos representantes para um Brasil melhor. E hoje também gostaria de falar do romance "Capitães da Areia" de Jorge Amado, que li e assisti a peça com o pessoal da escola. Veja também, ao lado, fotos de edições do romance.

Este livro foi publicado em 1937, no período do Estado Novo de Getúlio Vargas, e seus exemplares foram queimados em praça pública pelas autoridades da ditadura. Mas, em 1944 teve uma nova edição que marcou a literatura brasileira até a atualidade.

Um trecho da introdução do romance, mais especificamente, a 76ª edição, de 1993, da Editora Record (1ª foto), resume bem um pouco do que o livro vai falar: "Patético documentos sobre a vida dos meninos abandonados nas ruas de Salvador, Jorge Amado a descreve em páginas carregadas de uma beleza, dramaticidade e lirismo poucas vezes igualado na literatura universal".

Creio que a leitura deste romance nos leva a importantes reflexões sobre os conceitos que temos dos meninos abandonados e demais pessoas que vivem nas ruas de nossas cidades do Brasil e do mundo. Vem nos mostrar a outra versão da história, agora contada pelos próprios moradores de rua. É interessante ter esta visão ampla sobre estes e outros problemas sociais e basearmos nossos conceitos e atitudes levando em conta os dois lados da história.

Agora eu vou parar de falar para não perder a beleza da história na hora que você for ler... Vale muito ler este livro... "Vivênciar" este romance... e "sentir na pele" tudo o que eles sentem...

Veja mais sobre o livro neste links:
http://mireevejatravessia.blogspot.com/2010/09/capitaes-da-areia.html
http://www.portrasdasletras.com.br/pdtl2/sub.php?op=resumos/docs/capitaesdaareia

Até mais....
Abração.
Fui...

Fontes das imagens:
http://blogs.utopia.org.br/levi/files/capitaes_areia.jpg
http://www.iep.uminho.pt/aac/sm/a2005/sandra/images/jorge_amado_capa_capitaes_da_areia.jpg
http://images.americanas.com.br/produtos/item/2492/1/2492136gg.jpg
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiqmKdWqtTjm2PUfngr9NBObmCpYWIB6jZPh7ui6LL9Gf_PjsaRAZkc9JOGOUJiYRF3tQyvW2rGGHKrX9Xa1ODIGNoas6ZqtweeEwvFS5TShlRjXMItDW8RUKMJFFp5jvo_PZRHb5TKIDM/s1600/capit%C3%A3es+de+areia%5B1%5D.jpg

4 comentários:

  1. Sequela de uma vida sofrida/ Vivida na miséria, sem perspectiva/ Crianças fumando craque, perdendo tempo/ Nas ruas da cidade, andando ao relento/ Eu lamento e tento entender o porquê/ Não querem viver, preferem morrer. (Salve-se quem puder, Dexter)

    Muita das vezes, quando vemos pessoas moradoras de rua, tentamos entender o porquê de essas pessoas estarem em uma condição dessas. Como uma pessoa chega à condição de morador de rua? E para quê precisamos saber disso?
    Jorge Amado não responde essas perguntas, mas ele vem para limpar a imagem que a sociedade tem dos moradores de rua. Ele passa para o leitor que essas pessoas, essas crianças que moram na rua, por mais que sejam obrigadas a agirem como adultos, não deixaram de serem crianças, não deixaram de ser gente como a gente. Têm as mesmas necessidades de afeto, amor, carinho, fraternidade, e segurança. A necessidade de ter uma família.

    A maioria das crianças que Jorge Amado descreve não possui família. A de uns morreram, como no caso de Pedro Bala, que seu pai morreu na greve, e a mãe de Dora, que morreu de “alastrim”, e a de outros nem são citadas. Mas é notória a falta da família para esses garotos, e onde se percebe melhor esse ponto é no caso do Sem-Pernas, quando finalmente encontra uma família, tem que abandoná-la para não trair os “Capitães da Areia”, e acaba ficando pior do que estava.

    A família é o grande alicerce para o futuro. Ouso em dizer que a maioria dos moradores de rua está nestas condições ou por que já não têm mais família, ou por causa da miséria, ou por causa das drogas. E esta ultima vem aumentando significativamente o número de moradores de rua.

    Se todos pensassem como o Padre José Pedro, em tentar ajudar esses garotos e, por mais que não conseguisse tirar todos dessa vida, salvasse pelo menos um, não haveria mais nenhum nessas condições.

    Não sabe como ajudar? Comece criando um “Carrossel”.

    Atenciosamente.

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  2. “A aventura da liberdade nas ruas da mais misteriosa e bela das cidades do mundo, nas ruas da Bahia de Todos os Santos” (Capitães da Areia, pág. 65)
    Independente de conhecer e gostar ou não desse cenário – as ruas de Salvador – é impossível não gostar desse romance e não se apaixonar pelos seus personagens. Importante lembrar quão bonita era a solidariedade e a organização que prevalecia no grupo e a presença marcante e amorosa do Padre José Pedro, de João de Adão, D. Aninha que, nos momentos mais difíceis estiveram ao lado dessas crianças. Sem-Pernas me emocionou muito. Na casa de D. Ester e quando preferiu a morte a se entregar à polícia que inúmeras vezes o maltratava e humilhava. Jorge Amado mostra que muitos deles que sobreviveram, se regeneraram integrando- se à sociedade. Têm os outros, como Gato, que se torna malandro de verdade... E por aí vai... Além de ampliar o nosso olhar crítico em relação ao problema dos moradores de ruas, Capitães de Areia nos emociona muito e nos deixa a pergunta: que sociedade é essa que não cuida dos seus menores abandonados? O que cada um de nós pode fazer?
    Carlos, parabéns pela postagem e por ler o livro. Bjos.

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  3. Em tempo: Salvador é minha capitalllllllllllll!
    rsrs . "nas ruas da mais misteriosa e bela das cidades do mundo..."
    Eu e Jorge Amado: suspeitos!!!
    bjos.

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  4. Olá galera,

    Olá Mr. Cuca: quero agradecer seu comentário muito emocionante sobre Capitães da Areia, que só veio enriquecer a reflexão da postagem. Concordo com você quando fala que a "família é o grande alicerce para o futuro". Precisamos de uma grande revisão do conceito de família. Vemos muitos falarem em famílias desestruturadas, mas o Brasil não segue um modelo de família próprio. O que falta muito é compromisso e cumplicidade de cada membro da família com o outro. Assim teríamos família melhores e, consequentemente, uma sociedade melhor.
    Em Capitães da Areia percebemos muito esta falta da família, de amor, de carinho, de cumplicidade... Esta falta que não consegue ser preenchida...
    E Parabéns aos "Padres José Pedros" de hoje, q lutam por melhores condições para as pessoas de rua e enfrentam o sistema e demais obstáculos do caminho...

    Olá Eliran: Obrigado por sempre enriquecer as reflexões daqui e por me incentivar a ler o livro, "viver" com os Capitães da Areia algumas aventuras e sentir um pouco do que eles passaram... Como vc disse, o livro além de ampliar o nosso olhar crítico em relação ao problema dos moradores de ruas, ainda nos emociona muito e nos deixa algumas perguntas e inquietações. O que podemos fazer eu não sei ao certo. Creio q uma revolução, uma revolução do povo, uma revolução do conhecimento, uma revisão de diversos conceitos da sociedade. Resolveria todos os nossos problemas? Não sei, acho que não. Mas não custa tentar. Vamos juntos, “de mãos dadas” lutar por um mundo melhor e mais humano.

    Até mais pessoal!!! Fui...

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