sábado, 20 de novembro de 2010

Consciência Negra

Olá galera, Tudo bem?

Dia 20 de Novembro. Dia da Consciência Negra. Que nos lembremos dos Negros e de seu papel fundamental para a humanidade não só hoje, mas todos os dias.

Temos uma "dívida" moral impagável com os Negros. Eles construíram muito de tudo o que temos. Não construíram somente prédios, casas e bens físicos. Eles ajudaram a construir o desenvolvimento econômico e crítico da humanidade. Muitos lutaram por liberdade, gritaram e foram pro tronco pra morrer pela abolição, que não os libertou totalmente.

Os negros continuam "construindo" sua liberdade até hoje. Continuam se "alforriando" das cotas, da discriminação e da submissão que sofreram deste a escravidão. A raça negra foi muito maltratada, marginalizada, explorada por nós, humanidade “civilizada”. É inadmissível que ainda exista preconceito racial. Somos todos iguais e diferentes. E é isso que faz a humanidade mais bela.

A realidade de exploração esta presente a todo o tempo em nossa sociedade. Somos explorados pelo capitalismo, direta ou indiretamente. Explorados pelas "instituições manipuladas" pelo governo, pelos poderosos e pelos donos do capital. Que aprendamos com nossos irmãos negros a importância da união para lutarmos por melhores condições de vida.

Onde está à civilização da humanidade, quando a cor, a etnia, a opção sexual, o poder aquisitivo e tantas outras coisas nos fazem discriminar seres iguais a nós? Primeiro, precisamos compreender o que é ser civilizado. Pois, somente mudando nossas atitudes mudaremos nossos amigos, nossas famílias, nossas cidades, nossa sociedade e quem sabe o mundo.

Segue um trecho do poema Navio Negreiro de Castro Alves, grande mestre do movimento abolicionista no Brasil. E também, segue uma música chamada Nego Nagô. Espero que gostem, comentem e critiquem.

Navio Negreiro (trecho) - Castro Alves
VI

Existe um povo que a bandeira empresta
P'ra cobrir tanta infâmia e cobardia!...
E deixa-a transformar-se nessa festa
Em manto impuro de bacante fria!...
Meu Deus! meu Deus! mas que bandeira é esta,
Que impudente na gávea tripudia?
Silêncio. Musa... chora, e chora tanto
Que o pavilhão se lave no teu pranto! ...

Auriverde pendão de minha terra,
Que a brisa do Brasil beija e balança,
Estandarte que a luz do sol encerra
E as promessas divinas da esperança...
Tu que, da liberdade após a guerra,
Foste hasteado dos heróis na lança
Antes te houvessem roto na batalha,
Que servires a um povo de mortalha!...

Fatalidade atroz que a mente esmaga!
Extingue nesta hora o brigue imundo
O trilho que Colombo abriu nas vagas,
Como um íris no pélago profundo!
Mas é infâmia demais! ... Da etérea plaga
Levantai-vos, heróis do Novo Mundo!
Andrada! arranca esse pendão dos ares!
Colombo! fecha a porta dos teus mares!

NEGO NAGÔ


Eu vou tocar minha viola – a – a. Eu sou um negro cantador
O negro canta, deita e rola – a –a lá na senzala do Senhor

Dança aí nego nagô! Dança aí nego nagô!
Dança aí nego nagô! Dança aí nego nagô – ô – ô – ô – ô – ô...

Tem que acabar come essa história – a – a do negro ser inferior
O negro é gente e quer escola – a – a quer dançar samba e ser doutor.

O negro mora em palafita – a – a não é culpa dele não senhor
A culpa é da abolição – ã – ã que veio e não o libertou

Vou botar fogo no engenho – o – o aonde o negro apanhou
O negro é gente como o outro – o – o quer ter carinho e ter amor




Até mais galera...

Fui...

Fontes:
http://www.culturabrasil.pro.br/navionegreiro.htm
http://www.youtube.com/watch?v=RU7Jfzvbj-c
http://pjsjc.com.br/musicas.php?idMus=22
http://www.jornalipanema.com.br/novo/images/materia/320_img05112010145514.jpg

Um comentário:

  1. “Minha terra tem PALMARES”, dizia Oswald de Andrade ao parodiar a ufanista “Canção do Exílio", de Gonçalves Dias. Concordo plenamente que os Movimentos Negros tenham “rejeitado” o 13 de maio da “boazinha” Princesa Isabel (abolição da escravatura) e optado pelo 20 de novembro (morte de Zumbi dos Palmares) para comemorar e lutar pela “consciência negra”. Precisamos resgatar a história vivida de fato pelo povo e não a versão da história contada pelos “grandes” que sempre tiveram no poder.
    Que bom que vc se lembrou da bonita poesia Navio Negreiro de Castro Alves (poeta dos escravos) que tão jovem teve a consciência e a coragem de lutar contra a escravidão, usando da sua mais importante ferramenta: a palavra; transformada em POESIA!
    Parabéns Carlos pela postagem bonita e destemida.
    Bjos.

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